Toda a sorte
- Darcio Ricca

- 20 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

A competência de Cristiano Ronaldo aos 4 minutos em cruzamento de João Moutinho. Golaço de semi-peixinho. Oportunista e letal!
Foi o único gol de uma partida com desempenho superior da seleção de Marrocos, uma luta do começo ao fim.
Mas eles não tiveram a mesma poção extra de sorte, aquele ingrediente que nos acompanha em alguns momentos da vida. Os portugueses foram agraciados neste dia, hora e local. Latitude e longitude bem calculadas na mesma exatidão da presença de área de CR7.
Ele já foi campeão na sorte, quando lhe faltaram pernas. Como se preparou bem para esta Copa do Mundo, ao contrário das outras em que chegava exausto e até lesionado - desde 2006 - tamanha a sede por quebra de recordes em jogos sem importância nas competições que disputava. Zidane o ajudou a repensar a carreira.
A eficiência portuguesa com seu principal astro-gajo se repetiu aos 8 minutos quando o lateral Guerreiro veio pelo centro da grande área e rolou a bola para CR7 chutar cruzado, para fora e com perigo.
Esta sorte marroquina foi transferida em escalas bem maiores aos comandados de Fernando Santos.
A partir de então, a seleção de Marrocos começou a equilibrar a partida e até a criar mais chances de gol que os portugueses, que optaram por uma forte defesa e contra-ataques.
Até os 35 minutos, Marrocos chegou por duas vezes com qualidade e intensidade. Muita pressão. Mal sabiam ainda os lusos o que estaria por vir ofensivamente dos africanos na segunda parte.
Num contra-ataque rápido de Portugal com João Mário (que bom que entrou no lugar de Bruno Fernandes!), este acionou CR7, que deu uma bola para a sorte da meninice de Gonçalo Guedes, que não teve a competência de ampliar o que a sorte lhe trouxera fortuitamente. Adrien Silva continua seguindo suplente para o segundo tempo!
O trio ofensivo marroquino Ziyech, Belhanda e Amrabat deu trabalho, coordenaram o sufoco a Portugal.
Uma isolada de ataque de CR7 no segundo tempo - chutou longe.
Antes do camisa 10 Belhanda sair - esgotamento físico - a melhor defesa da Copa até aqui: seu cabeceio certeiro tinha a chancela do gol de empate. O goleiro Rui Patrício fez uma defesa a la Banks aos 10 minutos.
Rui Patrício - já bem seguro na partida - passaria a fazer ótimas defesas diante da intensidade marroquina, resultado de muita movimentação, velocidade e boa habilidade.
Já mereciam o empate... o infortúnio era uma nuvem negra nos jogadores do Marrocos.
A liderança do experiente e melhor jogador do Marrocos Benatia proporcionava qualidade de passe em progressão, deixando a boa defesa de Portugal em situações de risco.
O próprio camisa 5 Benatia perdeu um gol que não costuma falhar!
Mais 3 chances de gol até o final contra um Portugal recuado e administrando a vantagem, já que a rapidez do jogo de Marrocos preocupava.
Pelo volume de jogo e ações no campo de defesa português por parte de Marrocos, este merecia melhor sorte no resultados de suas investidas.
55% a 45 % de bola, 15 a 10 chutes, 4 a 2 finalizações no gol (1 das 2 dos sortudos portugueses foi o gol). Números superiores marroquinos para além da apresentação não contabilizada.
O desequilíbrio aconteceu apenas na distribuição da sorte. Portugal ficou com a maior e avançou mais 3 casas (ops, pontos!) no tabuleiro da chave e encaminhando sua classificação, caso não aconteça um revés futuro.





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