Teve “jogo”
- Darcio Ricca
- 1 de jul. de 2018
- 4 min de leitura

Passou a Rússia, que queria os pênaltis e vai para as quartas, assim como Espanha, sem chances!
Espanha “atacou” e Rússia “quis os pênaltis”. Espanha “agrediu” a Rússia, “infiltrou”. Rússia “quis jogo”.
Quis o destino que o pênalti da desclassificação espanhola, na disputa pós prorrogação, fosse defendido, no meio do gol, por Akinfeev – o vilão russo de 2014 – com o pé na bola chutada por (e entre!) Yago Aspas!
Um primeiro tempo indigno de jogo de oitavas de final!
A Espanha veio com a velha proposta, de defesa lenta, mas com linhas altas e suas centenas de passes trocados.
Com o gol contra do zagueiro grosso russo Ignashevich - após fazer pênalti no canalha e capitão espanhol Sergio Ramos – aos 11 minutos, o jogo espanhol de troca de passes foi a tônica da partida.
Juiz deixou seguir o gol, ao invés de aplicar a penalidade máxima!
Com uma média de 400 passes trocados no primeiro tempo, a Espanha – exceção às investidas e criações pontuais do habilidoso e versátil Isco – ficou administrando o jogo e realizando algumas tentativas ofensivas pelos lados.
Duas investidas – muito pouco para um jogo deste tamanho – pelo lado direito com Nacho e Asensio, cruzamentos para Diego Costa. Quase a chance de ampliar, principalmente a primeira tentativa do centroavante sergipano-espanhol, que parou em ótima intervenção de Akinfeev.
O curioso é que a entrada de Asensio e sua velocidade – no lugar do craque Iniesta – foi uma aposta de Hierro para agredir a Rússia em casa, num 4-2-3-1 em detrimento ao habitual 4-3-3 da Fúria.
Proposta de jogo espanhol que não se traduziu na prática. Bom e velho jogo de sempre!
Com um detalhe surreal: veterano Iniesta, além de criar mais possibilidades de ataque com seus passes objetivos e em profundidade, executa jogadas pelo lado esquerdo e leva Isco à direita, ocupada hoje por um inoperante Asensio.
Relação expectativa criada na mudança de jogador/função e jogo planejado/executado! Hierro foi muito mal na escalação da Espanha, tornando a partida chata.
Cherchesov, “felipão russo”, foi covarde com um 5-4-1 sem praticamente atacar os espanhóis.
O que, no fato consumado da peleja, resultou em uma seleção que não agrediu muito (Espanha) contra uma seleção que se defendia dos passes (Rússia) e possíveis infiltrações espanholas, que quase não ocorriam!
Mas, a lenta zaga espanhola e suas linhas altas, ofereceu alguns contragolpes ao melhor jogador russo Golovin.
Ele, em duas tentativas, expôs o sistema defensivo espanhol a situações de alguma preocupação.
Mas, Piqué, após falta batida por Golovin, cometeu outro erro infantil, dada a cotidiana ação do experiente defensor ultimamente.
O grandalhão Dzyuba cabeceou em direção ao gol e Piqué pulou com braços abertos, uma sensação de malandragem em impedir a bola em direção ao gol de De Gea.
Pênalti muito bem batido pelo próprio Dzyuba. Empate de 1 x 1 num primeiro tempo entediante!
Na volta do segundo tempo, a Espanha retornou marcando mais a saída de bola russa. Precisou de todo o primeiro tempo modorrento para atuar desta forma.
Porém, passava a impressão de que não se preocupava com o momento do jogo porque conseguiria a vitória a qualquer momento. Chegava a irritar com ledo engano. 10 do 2T.
Como a Espanha tem Isco, ótima jogada em profundidade e escanteio aos 13. Bizarra a execução do corner pelo atacante espanhol.
Rússia, que se animou em sair um pouco do defensivismo, colocou dois atletas para buscar o jogo, como Granat na virada e a sensação Cheryshev.
Cheryshev foi para esquerda em explorar Asensio e Nacho para incomodar a Espanha.
E nada, até os 20 minutos, sem Iniesta. Koke e Busquets juntos e precisando do resultado.
Que falta dura de Sergio Ramos, desnecessária – e sem levar carta amarelo – em Mario Fernandes, o brasileiro-russo. Ramos é um desserviço ao fair play!
O ótimo, embora em má jornada neste dia, David Silva, deu lugar a Iniesta, finalmente!
Com isso será que Hierro conseguiria corrigir seu erro de opções escolhidas x jogo planejado?
A saber, neste novo mini-jogo (futebol de hoje é repleto disso, diz PVC), a partir dos 22 do 2T.
Koke deveria sair para Iniesta entrar e manter David Silva. Espanha “espírita”, soberana das trocas de passes!
Lentidão espanhola por completo e sem quebrar as linhas russas. Koke, que coisa feia no passe invertido de lado aos 27.
31 minutos, Espanha não produzia nada de objetivo e a Rússia saía sem qualidade.
Como não tinha jogo infiltrado para Diego Costa, estava sem propósito na partida o centroavante. Hierro, para tentar quebras as linhas de marcação russa, o trocou pela juventude de Yago Aspas a auxiliar Isco e Iniesta para esta tarefa. 35 chatos minutos.
Carvajal havia entrado no lugar de Nacho e, confesso, perdi o momento!
Iniesta aos 39, resolveu chutar de longe, o que a Espanha praticamente a partida inteira não fez. Defesa incrível de Akinfeev. Yago Aspas não concluiu bem no rebote do goleiro russo.
Sérgio Ramos quase entregou o jogo em erro de passe na defesa as 41. Golovin bloqueado por Alba.
Uma sequencia de escanteios espanhóis sem resultado efetivo até os 44.
Torcia aqui para acabar logo e não ter prorrogação desta partida fraca, em vão! 30 minutos de sofrimento!
Aspas chegou bem, quase a 1 minuto do Extra 1!
E o jogo continuava na mesma até a metade do tempo extra.
Aproveitamento de passes 90% Espanha e 70% Rússia, nossa deveria estar sendo um jogão, só que não!
Chute no meio de gol de Asensio aos 9 do ET1. Aspas em tentativa aos 11. Afasta a defesa!
Rodrigo brasileiro-espanhol para incendiar o jogo!
Cabeçada de Piqué no meio do gol de Akinfeev. Terminou o ET1.
Iniesta arriscou de novo aos 1 do ET2. Desvio da zaga russa. Fácil para Akinfeev.
Sempre achei Rodrigo melhor atacante da Espanha. Aos 3, grande jogada individual, espalmou Akinfeev. Chance real, a primeira do jogo inteiro.
Sergio Ramos reclamou pênalti e juiz foi para o VAR. Erro ao não dar o pênalti para Espanha.
Rodrigo, Iniesta e incansável Isco tentando até o final do ET2.
Pênaltis:
Espanha – Iniesta, Piqué, Sergio Ramos.
Rússia – Smolov, Ignashevich, Golovin, Cheryshev.
Koke e Aspas. Acabou Espanha.
Que tristeza da Fúria!
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