Mon Dieu, Didier!
- Darcio Ricca
- 16 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

Individual x coletivo: um dejà vu de Brasil x Holanda de 2010.
A França é recheada de talentos e opções individuais, mas com seu problema contínuo de falta de coletividade.
É inegável que o trio ofensivo Mbappé, Griezmann e Dembélé é rápido, perigoso, se movimenta e troca de posições muito bem, tratam muito bem a bola.
É inegável a capacidade de organização defensiva do incansável Kanté, da saída de jogo de Tolisso e Pogba, do posicionamento de Varane na zaga e do grande goleiro Lloris, subestimado.
O 4-3-3 francês no papel, mas pobre de coletividade, dependente por demais de individualidades.
Continuo achando que Deschamps e sua comissão técnica não estão à altura do farto elenco que possuem.
Críticas ao limitado Deschamps (uma espécie de Dunga deles), com a sombra do agora disponível Zidane. O primeiro foi ótimo jogador campeão e capitão, o outro, o maior jogador da história do futebol francês!
Mas, por incrível que pareça, a Austrália, em um ano do vice-campeão holandês como treinador em 2010 Bert Marwijk, conquistou um bom jogo coletivo, um posicionamento defensivo de ótimo desempenho e ainda forçando as faltas pelos lados do campo, incomodando a França em bolas paradas.
A França tem uma de suas melhores gerações, porém, acéfala de idéias táticas.
Diante de uma França burocrática pela lentidão de Pogba, que caiu muito de rendimento na partida, os australianos começaram a acreditar no final do primeiro tempo. E parando a França individualista com faltas.
Dificultou e muito!
VAR entrou e marcou pênalti para Griezmann, que anotou 1 x 0.
Eu, particularmente, considerei falta sim de Risdon em Griezmann, porém, de forma polêmica, fora da área, por pouco. Marcaria falta com barreira e não pênalti.
A individualidade francesa consegue abrir o placar.
E Umtiti desvia a bola com a mão, sem comentários. Eita defesa francesa!
Pênalti, sem necessidade de VAR, Jedinak, o guerreiro australiano, empatou 1 x 1, com categoria.
A coletividade foi recompensada com a falha infantil do individualismo, mesmo com suas altas limitações técnicas. Fez o que pode!
Abrir mão de Griezmann - que poderia decidir em um lance - para colocar o grandalhão Giroud, foi decisão de alguém perdido, como Dunga contra Holanda em 2010.
Já Dembélé, em tarde de baixa inspiração, deu lugar ao Fekir: correto.
Tolisso mal demais, cartão amarelo, retornou Matuidi.
Não fosse o gol de Pogba, da vitória, desviando no zagueiro, trave e linha, o justo seria o empate.
E Matuidi, ao menos, cria jogadas, ao contrário do badalado Tolisso.
Com ele, o time francês melhorou aos 32 minutos.
Mesmo diante da incapacidade do comando do time francês, tanto talento individual e sorte, deram vitória a uma França, que decepcionou... e muito!
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