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Júnior: São Paulo leva o Brasileirão 2018 se mantiver concentração do turno

  • Foto do escritor: Luana Reis
    Luana Reis
  • 24 de ago. de 2018
  • 6 min de leitura

Atualizado: 14 de set. de 2018

Ex-lateral pentacampeão pela Seleção e tricampeão pelo Tricolor paulista acredita na força do elenco de Aguirre; ele também avalia Reinaldo, a Seleção de Tite e a modernização da peleja

Da esquerda para a direita, Nasi, Júnior e o Dr. Sanchez | Foto: Luana Reis

Pentacampeão pela Seleção e protagonista na conquista do tri brasileiro do São Paulo, conquistado há dez anos, o ex-lateral-esquerdo Júnior acredita que o Tricolor do Morumbi é candidato ao título deste nacional, caso mantenha o foco apresentado no primeiro turno do campeonato. Além disso, ele comentou a atuação da Seleção Brasileira na Copa da Rússia e avaliou o uso do VAR no processo de modernização do futebol.


Aos 45 anos Jenílson Ângelo de Souza, o Júnior, como é popularmente conhecido está de volta à São Paulo, após passar uma temporada com a família em sua terra natal, a Bahia, aproveita e retribui com simplicidade – característica do ex-jogador – o carinho dos fãs por onde passa, tal como o fez na última terça-feira (21), no Shopping Plaza Sul, após o debate realizado pelo Fut-Encontro em homenagem ao tricampeonato brasileiro do SPFC – que completa uma década nesta temporada.


Em entrevista ao Acréscimos, o ex-lateral-esquerdo afirmou que o elenco de Diego Aguirre “tem totais chances [de levar o título do Brasileirão 2018]. Basta [ter] a mesma concentração do primeiro turno”. A campanha da primeira fase, a que ele se refere, resultou num saldo de gols superior àquela que fora encabeçada por Muricy Ramalho, há uma década, já que o elenco tricolor fechou a primeira fase do nacional com 41 pontos.



O elenco campeão de 2008 | Foto: Divulgação Site Oficial São Paulo Futebol Clube

Um ‘novo Júnior’ no SPFC?


Ainda durante o debate – integrado pelo são-paulino Nasi, vocalista do Ira!, Dr. José Sanchez, médico do clube, o setorista do SPFC na ESPN Eduardo Affonso, além do mediador Felipe Lobo, que é editor da Trivela –, Júnior fora questionado sobre Reinaldo, lateral-esquerdo que tem se destacado neste ‘despertar’ do Tricolor paulista. Para ele, o atleta tem feito uma boa temporada e tem a vantagem ainda de poder ser deslocado por Aguirre para uma outra posição tranquilamente.


Alguns torcedores presentes chegaram a destacar que, da conquista do tricampeonato, em 2008, para cá, o São Paulo Futebol Clube tem sofrido com o desfalque de laterais a nível do ex-jogador.



Durante o debate | Foto: Luana Reis


ACRÉSCIMOS


Esta é a segunda passagem de Reinaldo pelo São Paulo. Na primeira, em 2013, o lateral não se adaptou bem ao elenco e foi alvo de críticas da torcida. Devido a isso, ele foi emprestado à Ponte Preta (em 2016) e, posteriormente, à Chapecoense (2017).


No retorno ao Morumbi, neste ano, ‘Kingnaldo’, como os torcedores o chamam, teve seu vínculo renovado com o clube até o fim da temporada de 2020 e, mais uma vez, foi dúvida para os torcedores até certa altura da temporada.


Mas, após selar dois gols no Corinthians, na ampliação do placar que fora aberto pelo zagueiro Anderson Martins, em duelo válido pela 14° rodada do Brasileirão 2018, o jogador ‘caiu nas graças’ da torcida. Neste duelo, o atleta foi escalado como atacante, inclusive.


SEGUE O JOGO


A carreira de um multicampeão


Júnior foi campeão pela maioria dos clubes por onde passou, com exceção apenas do Goiás, onde encerrou a carreira de jogador, há oito anos.


O baiano iniciou a carreira na categoria de base do Vitória, pela qual jogou até 1994, quando foi promovido ao time principal do Leão. Dois anos depois, ele foi contratado pelo Palmeiras, na ‘Era Parmalat’ – a mais vitória da história do Alviverde.


No Verdão, Júnior sagrou-se campeão no Paulistão de 1996, a Copa do Brasil de 1998, a Mercosul da mesma temporada, a Libertadores de 1999 e, por fim, o antigo Torneio Rio-São Paulo, em 2000.


Depois de agregar tantos troféus, o lateral-esquerdo foi para o futebol Italiano, onde atuou pelo Parma, e anotou o gol do título da Copa da Itália da temporada de 2002. No mesmo ano, Júnior integrou a Seleção brasileira que foi pentacampeã na Copa do Mundo sediada na Coréia do Sul e Japão. Naquele Mundial ele só atuou em uma partida, contra a Costa Rica, e marcou um dos cinco gols do Brasil - contra dois da seleção oponente.


Em 2003, o lateral-esquerdo passou ainda pelo Siena – outro clube italiano –, emprestado e, no ano seguinte, de volta ao Parma, encerrou o vínculo e acertou o retorno à peleja brasileira.


Então, o jogador baiano superou a fase gloriosa que vivera no Palmeiras, com a quantidade de títulos que conquistou defendendo o São Paulo Futebol Clube. Pelo Time da Fé ele acumulou o tri de 2005 – Campeonato Paulista, Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes – em sua conta, além dos Brasileirões de 2006, 2007 e 2008, sob a tutela de Muricy Ramalho.


Em 2009, então, ele acertou com o Atlético-Mineiro e somou mais um título em seu último ano pelo clube mineiro: o Estadual da temporada 2010.


Por fim, ele integrou o elenco do Goiás, seu último clube, pelo qual disputou 14 jogos e marcou um gol, conforme informações do blog Terceiro Tempo, e, também, o único onde não foi campeão.


Foi-se a era das provocações


No período em que bailou pelas quatro linhas, tanto Júnior, quanto colegas como Edilson Capetinha e Paulo Nunes volta e meia brincavam ao fazer um gol, muitas vezes provocando a torcida oponente.


Perguntado sobre isso, o ex-lateral afirmou que


– A provocação sem ferir ninguém – acredito –, a [que é] sadia, [como por exemplo] uma dança para comemorar com a sua torcida, é bacana ainda.

Fotos: Marcelo Germano


Desde a última temporada, marcada por polêmicas quanto à comemoração de gols, vigoram as normas do que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nomeou de “Programa de Treinamento Nacional de Arbitragem”, uma espécie de proposta de combate à violência gerada/alimentada entre as torcidas, por meio da restrição da ‘festa do gol’.


E em ano de Copa, o que nos tirou o hexa?


Na nossa conversa, o pentacampeão falou ainda sobre o que, para ele, atrasou a conquista do hexa da Copa do Mundo. “Acredito que [o que] faltou [foi] o Neymar estar 100% fisicamente e tecnicamente”, pontuou sobre o elenco chefiado por Tite.


Já não torcemos como antes


Perguntado ainda sobre a possível causa do aumento do número de brasileirxs desinteressados pela peleja, que fora apontado pela pesquisa Datafolha que a Folha de São Paulo publicou no primeiro semestre, Júnior afirmou que isso certamente se à deve “ao nosso futebol, que caiu bastante, à violência, e aos grandes jogadores que estão indo embora”.

+2 infos de acréscimo


+Uma matéria da Folha de S. Paulo deste mês mostrou que a ‘matéria-prima’ brasileira é o lucro do continente europeu. Que os jogadores brasileiros se destacam ao longo da temporada e são vendidos para clubes europeus ‘menores’, ganham valor de mercado e, numa segunda venda – entre os grandes do continente – o preço do atleta chega a aumentar em até 688%. Este número, por exemplo, é da venda do atacante Malcom para o Barcelona. Conforme o jornal, quando o atacante deixou o Corinthians, aos 18 anos, em 2012, seu valor de venda para o Bordeaux foi de 5,2 milhões de euros (cerca de R$ 22,85 milhões). Recentemente ele foi vendido pelo clube francês ao Barcelona, por 41 milhões de euros – equivalente a cerca de R$ 180,5 milhões;

+Muricy estava cotado para o evento, mas não pode comparecer. Ainda assim, o treinador tricampeão falou sobre o elenco daquela época e o que mudou na disputa da peleja de lá para cá.



As considerações sobre o VAR


E no encerramento, antes de dar atenção à nação tricolor que lotara o térreo do shopping para vê-lo, junto aos companheiros de bancada, Júnior fez suas considerações sobre o VAR, um dos recursos tecnológicos implementados à peleja na era da ‘modernização’.


Usado pela primeira vez numa Copa do Mundo – no Mundial da Rússia – e testado nacionalmente, a priori nos duelos das quartas de final da Copa do Brasil deste ano, o VAR, ou seja, o árbitro de vídeo tem fomentado discussões. Para Júnior, esta implementação é positiva, pois “o VAR veio para ‘minimizar’ os erros da arbitragem”, pois, nas palavras dele, “eram muitos”.



+1 info de acréscimo


+O recurso ainda será mantido no torneio, nas semifinais – disputadas nos dias 12 e 26 de setembro – e finais, conforme informações do portal Terra.


E foi-se. Caiu no calor da torcida, que comemora os 10 anos da campanha vitoriosa liderada por Muricy e respira aliviada, com o São Paulo Futebol Clube na liderança do nacional, na busca do heptacampeonato – agora, sob a tutela de Diego Aguirre.

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